Um novo relatório da ONU alerta que mais de 2,1 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável e 3,4 bilhões vivem sem saneamento básico seguro. A situação é resultado direto da falta de compromisso de muitos governos em garantir esse direito essencial.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef, as populações mais afetadas estão em países de baixa renda, áreas rurais e comunidades marginalizadas, onde crianças, mulheres e grupos étnicos minoritários sofrem as maiores desigualdades.
Entre os dados mais graves, 106 milhões de pessoas bebem água de fontes não tratadas e 354 milhões não têm banheiro, recorrendo à defecação a céu aberto. Além disso, 1,7 bilhão de pessoas não contam sequer com serviços básicos de higiene em casa.
Embora alguns avanços tenham ocorrido, o progresso é lento e desigual. Nas áreas urbanas, o acesso à água e à higiene está praticamente estagnado, enquanto nos países menos desenvolvidos a chance de não ter serviços básicos é três vezes maior que em outras nações.
Especialistas alertam que, sem ações concretas e urgentes, as metas de 2030 para garantir água potável e saneamento universal não serão cumpridas. Segundo o Unicef, essa omissão compromete diretamente a saúde, a educação e o futuro das crianças, especialmente das meninas, que muitas vezes carregam o peso da coleta de água e enfrentam dificuldades durante a menstruação.
O crescimento populacional dos últimos anos ampliou a demanda, mas a resposta dos governos não acompanhou o ritmo. A promessa de água potável e saneamento para todos segue distante, revelando falta de prioridade política e de investimentos adequados para resolver um dos problemas mais urgentes do mundo.
Fonte: ONU News