Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

A guerra dos Trad: irmãos rompem e expõem divisão política em MS

Família Trad se divide: Fábio vai para o PT e rompe alinhamento histórico com irmão Nelsinho, aliado de Bolsonaro em MS.
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A tradicional família Trad, que por décadas esteve unida na política de Mato Grosso do Sul, vive agora uma ruptura inédita. Os irmãos Nelsinho, Marquinhos e Fábio Trad seguiram caminhos diferentes e refletem, dentro de casa, a polarização que divide o Brasil.

A decisão de Fábio Trad de se filiar ao PT marcou o ponto de virada. O movimento colocou o ex-deputado federal em confronto direto com o irmão Nelsinho Trad, senador pelo PSD e aliado do grupo que abraçou o bolsonarismo no Estado. Já o terceiro irmão, Marquinhos Trad, ex-prefeito de Campo Grande e filiado ao PDT, tenta atuar como mediador, mas não esconde o apoio ao petista.

O conflito aberto

Logo após a filiação, Fábio declarou que sua escolha foi coerente com sua trajetória e que não poderia se aliar “ao fascismo que enoja e macula sua imagem”. Do outro lado, Nelsinho reagiu com críticas duras:

“Ele está virando as costas ao campo que o elegeu. É como uma dupla que se aparta. Ele é meu irmão, mas foi a escolha que tomou.”

Já Marquinhos saiu em defesa do petista, afirmando que Fábio mantém o mesmo discurso desde os tempos de presidente da OAB: defesa da democracia, da justiça social e combate ao extremismo.

Herança política em disputa

O pai dos três, Nelson Trad, foi cassado e perseguido pela ditadura militar. Essa memória está no centro do embate. Enquanto Fábio diz honrar a herança democrática do pai ao lado do PT, Nelsinho garante que a tradição familiar sempre foi oposta ao partido de Lula.

O futuro dos Trad

A entrada de Fábio no PT abre novas possibilidades no cenário político de MS. Ele já fala em disputar novamente uma vaga de deputado federal e afirma que quer estar “na linha de frente para barrar a extrema direita e fortalecer a governabilidade de Lula”.

Nelsinho, por sua vez, segue firme ao lado do grupo conservador que orbita em torno de Bolsonaro e de lideranças locais como Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel. Já Marquinhos aposta numa frente ampla progressista e até cita a ministra Simone Tebet como possível candidata ao governo do Estado.

O que antes era uma família política unida, agora se transformou em símbolo da polarização nacional. Os Trad estão divididos — e Mato Grosso do Sul observa de perto os próximos capítulos dessa disputa.

Fonte: CG News

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