O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta terça-feira (2) o primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus, em um processo que tem sido alvo de críticas pela condução política e pela fragilidade das provas apresentadas.
A sessão foi suspensa no fim da tarde e será retomada nesta quarta-feira (3), às 9h, quando os advogados de Bolsonaro, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto terão a oportunidade de apresentar suas defesas.
Quem está no processo?
Além de Bolsonaro, também são alvos da ação:
- Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, general e candidato a vice em 2022;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Defesas expõem contradições
Logo no primeiro dia, os advogados mostraram pontos frágeis das acusações feitas pela Procuradoria e reforçaram a inocência dos réus:
- Mauro Cid: defesa destacou que sua delação foi feita de forma voluntária e sem qualquer pressão, negando coerção atribuída a Moraes e à PF.
- Alexandre Ramagem: negou espionagem ilegal e explicou que apenas compilava informações públicas para o então presidente.
- Almir Garnier: afirmou que nunca colocou tropas à disposição de suposto golpe.
- Anderson Torres: ironizou a chamada “minuta do golpe”, tratando o documento como uma simples “minuta do Google”, sem validade jurídica.
Processo politizado
O relator Alexandre de Moraes abriu os trabalhos lendo um relatório extenso que repete acusações já contestadas pelas defesas. O procurador-geral Paulo Gonet, por sua vez, pediu condenações que podem ultrapassar 30 anos de prisão — penas consideradas exageradas e desproporcionais.
Foram marcadas oito sessões para análise do caso, o que reforça a tentativa de transformar o julgamento em um espetáculo político contra Bolsonaro e seus aliados.
O que está em jogo
Os réus respondem a crimes como “tentativa de golpe” e “organização criminosa”, mas os advogados têm mostrado que não há provas concretas para sustentar essas acusações. O caso de Ramagem, por exemplo, já teve parte das denúncias suspensas, evidenciando que a acusação é inconsistente. (Agência Brasil)