No segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que não existe nenhuma prova que o ligue a qualquer tentativa de golpe. O advogado Celso Vilardi destacou que Bolsonaro foi “dragado” para uma investigação baseada em delações questionáveis e documentos sem credibilidade.
Segundo Vilardi, a acusação se apoia apenas em uma minuta encontrada em um celular e no depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, considerado pela defesa um delator contraditório e pouco confiável. “Nem mesmo o delator disse que Bolsonaro participou de plano algum. Não há uma única prova contra ele”, afirmou.
A defesa também criticou a falta de tempo e o volume de material entregue. Foram recebidos mais de 70 terabytes de arquivos, mas, segundo Vilardi, a defesa teve apenas 15 dias para se preparar. “Não tivemos o mesmo acesso que a Polícia Federal e o Ministério Público tiveram. É impossível analisar bilhões de documentos em tão pouco tempo”, disse.
Os advogados sustentam que discursos políticos, como os feitos por Bolsonaro no 7 de setembro, fazem parte da liberdade de expressão e não podem ser tratados como crime. Para eles, o julgamento precisa respeitar a ampla defesa e a presunção de inocência.
O processo segue em análise no STF, mas a defesa é clara: não há provas que incriminem o ex-presidente e qualquer condenação seria uma injustiça contra a democracia e o direito de expressão. (Agência Brasil)