O ex-policial militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, 65 anos, começou a ser julgado nesta semana em Bruxelas, na Bélgica. Conhecido como o “Pablo Escobar Brasileiro”, ele é acusado de chefiar uma rede que enviou 45 toneladas de cocaína da América do Sul para a Europa entre 2017 e 2019, faturando cerca de 200 milhões de euros.
Carvalho foi preso em junho de 2022, em Budapeste, na Hungria, e extraditado para a Bélgica em 2023. Ele atuava junto ao belga Flor Bressers, 39 anos, que também foi preso em 2022, na Suíça. O julgamento estava previsto para Bruges, mas foi transferido para Bruxelas por motivos de segurança, e as audiências começaram em 15 de setembro.
O caso ganhou atenção internacional após a descoberta de cocaína escondida em carregamentos de manganês que chegaram ao porto de Roterdã, em 2020. Dez remessas transportaram 15 toneladas da droga, avaliadas em US$ 220 milhões. A investigação apontou que o grupo usava uma empresa de tratamento de água em Antuérpia como fachada.
Carvalho tem histórico criminal extenso: já havia sido condenado em 1998 a 15 anos de prisão por tráfico de 237 quilos de cocaína e, em 2019, recebeu nova sentença de 15 anos por lavagem de R$ 60 milhões. Ele foi expulso da Polícia Militar em 2010.
Durante anos, Carvalho viveu na Espanha usando identidade falsa, como milionário do Suriname, chegou a morar em uma mansão de dois milhões de euros e forjou a própria morte durante a pandemia de Covid-19, descoberta posteriormente pelas autoridades.
Além disso, ele já havia sido preso em alto-mar com duas toneladas de cocaína, mas foi liberado após pagar fiança, sem que sua verdadeira identidade fosse descoberta. (CG News)