Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Alzheimer: como identificar os primeiros sinais e ajudar no cuidado

Especialistas alertam que família e rotina são essenciais; hábitos saudáveis podem reduzir riscos.
idosos

O Alzheimer é a principal causa de demência no mundo e afeta cada vez mais idosos, provocando perda de memória e comprometimento de outras funções do cérebro. Embora não haja prevenção total, manter hábitos saudáveis — como atividade física, boa alimentação, sono adequado e estímulo mental — ajuda a reduzir os riscos.

Segundo o neurocirurgião Newton Moreira De Lima Neto, o risco de Alzheimer aumenta após os 65 anos, mas casos antes dessa idade também ocorrem, especialmente quando há histórico familiar. No Brasil, cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais tem algum tipo de demência, totalizando mais de 2 milhões de pessoas, com expectativa de chegar a 5,7 milhões até 2050.

Sinais precoces da doença

Nos estágios iniciais, o Alzheimer pode dificultar tarefas simples do dia a dia. Com o tempo, o paciente precisa de ajuda para alimentação e higiene e, em fases avançadas, torna-se totalmente dependente. Alguns sinais comuns incluem:

  • Esquecimento de fatos recentes
  • Repetição de perguntas
  • Dificuldade para encontrar palavras
  • Perder-se em lugares conhecidos
  • Mudanças de humor e comportamento, incluindo agressividade

Alterações na fala podem indicar os primeiros sintomas:

  1. Pausas e hesitações: dificuldade em lembrar palavras específicas, substituindo por termos genéricos ou descrições.
  2. Uso errado de palavras: troca por termos relacionados ou mais gerais, como dizer “animal” em vez de “gato”.
  3. Falar sobre tarefas em vez de realizá-las: expressar dúvidas ou mencionar habilidades passadas sem executar a atividade.
  4. Vocabulário limitado: repetição de palavras comuns, com menor variedade de termos.
  5. Dificuldade em nomear objetos ou categorias: problemas para identificar alimentos, partes do corpo ou palavras com a mesma letra.

Como a família pode ajudar

Ainda sem cura, o Alzheimer tem tratamentos que aliviam sintomas e retardam a evolução, incluindo medicamentos e terapias de apoio, como fisioterapia, estimulação cognitiva e acompanhamento psicológico. A participação da família é fundamental: manter rotina, paciência, segurança, apoio e incentivo ao contato social são essenciais. Cuidar também do bem-estar de quem cuida é importante, segundo especialistas.

Exemplo de superação

Em Campo Grande, Neusa Jerônima Rosa dos Santos, 75 anos, encontrou no artesanato com argila uma forma de manter a memória ativa e preservar tradições da comunidade quilombola onde vive. “Não é só ganhar dinheiro, é mostrar que é capaz”, afirma.

Avanços científicos

Pesquisadores criaram minicérebros humanos em laboratório, acelerando seu desenvolvimento com grafeno, um material derivado do carbono. Esses organoides foram capazes de enviar sinais a robôs, abrindo novas possibilidades para entender o Alzheimer e desenvolver tecnologias futuras.

“O grafeno permite estimular neurônios por semanas, acelerando o amadurecimento das redes neurais de forma próxima ao cérebro humano”, explica o pesquisador brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego. (G1)

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