Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Esquema de rifas ilegais que movimentou R$ 33 milhões é desmantelado em Maceió

Ex-PM e influenciador Kel Ferreti é apontado como líder da quadrilha; investigação revela manipulação de sorteios e ostentação com dinheiro ilícito.
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O Ministério Público de Alagoas desmontou um esquema de rifas e sorteios ilegais na internet que movimentou mais de R$ 33 milhões. O grupo era chefiado por Kleverton Pinheiro de Oliveira, de 40 anos, conhecido como Kel Ferreti, ex-policial militar e influenciador digital.

Segundo a investigação, Ferreti comandava rifas manipuladas: números premiados eram reservados para a quadrilha, enquanto apostadores compravam bilhetes sem chance de ganhar. O esquema rendia milhões de reais por ação.

Nas redes sociais, Ferreti se apresentava como “empreendedor digital” e vendia cursos que prometiam lucro com apostas online. Em apenas um mês, faturou R$ 400 mil, ostentando carros de luxo, imóveis e viagens.

A influenciadora Laís Oliveira, com 5 milhões de seguidores, e seu marido, o criador de conteúdo Eduardo Veloso, também são investigados. Entre janeiro e abril de 2024, Laís recebeu quase R$ 1 milhão de uma empresa ligada a Ferreti, e Eduardo, R$ 456 mil. O casal chegou a ser preso em dezembro de 2024, mas foi solto dias depois.

Na mesma operação, chamada Trapaça, Ferreti foi preso em Maceió, onde foram apreendidos joias, celulares e R$ 20 mil em espécie.

Histórico criminal

Ferreti foi expulso da Polícia Militar em 2023 por violar a lei eleitoral ao divulgar seu voto. No mesmo ano, foi acusado e condenado por estupro contra uma apostadora enganada pela quadrilha. A pena, inicialmente de 10 anos, foi reduzida para 8 anos em 2025, permitindo que ele cumprisse em regime domiciliar com tornozeleira eletrônica.

Apesar da condenação, Ferreti pode usar redes sociais, frequentar bares, restaurantes e praias de Maceió, com a restrição de manter distância da vítima.

A defesa de Ferreti nega que ele seja dono das plataformas de apostas e diz que sua atuação se restringia à publicidade. Sobre a condenação por estupro, afirma que ele é inocente e recorrerá da decisão. Já a defesa de Laís e Eduardo alega que ambos apenas prestaram serviços de divulgação e não participaram do esquema. (G1)

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