O assassinato de Odete Roitman, na primeira versão de Vale Tudo (1988), é até hoje um dos maiores momentos da teledramaturgia brasileira. A pergunta “Quem matou Odete Roitman?” mobilizou milhões de telespectadores e entrou para a história da TV.
A cena foi exibida na véspera de Natal de 1988 e, mesmo com a revelação apenas 11 dias depois, o país inteiro acompanhou o suspense. Bolões foram criados, jornais dedicaram manchetes ao crime fictício e a novela virou fenômeno cultural.
A febre dos bolões
A curiosidade era tão grande que a Globo lançou um concurso para o público enviar palpites.
- Foram recebidas 2,5 milhões de cartas.
- Os suspeitos mais citados foram César Ribeiro, Marco Aurélio e Eugênio.
- Apenas 5% acertaram que a assassina era Leila, personagem de Cássia Kis.
Cobertura jornalística
O jornal O Globo deu destaque ao “velório” de Odete, noticiando até o engarrafamento que teria atrapalhado o cortejo da vilã.
Para evitar vazamentos, a produção escreveu cinco finais diferentes, mas só gravou o verdadeiro, revelado no ar em 6 de janeiro de 1989.
Bastidores da revelação
Segundo o livro Gilberto Braga: O Balzac da Globo, o diretor Dennis Carvalho só soube quem seria o assassino poucos dias antes da gravação.
“Quem tem a cara mais louca do elenco?”, perguntou o autor Gilberto Braga.
“Cássia Kis”, respondeu o diretor.
“Acertou”, confirmou Braga.
Cássia Kis relembrou: “No dia seguinte, eu estava na capa de todos os jornais como a assassina de Odete. Foi histórico!”
O legado de Odete Roitman
A atriz Beatriz Segall, intérprete da icônica vilã, afirmou em 2019:
“Odete Roitman vai ficar na história, não por mim, mas por tudo o que a novela representou.”
Décadas depois, a frase “Quem matou Odete Roitman?” continua sendo um marco das novelas brasileiras, mostrando o poder de mobilização da TV na época. (G1)