A Câmara dos Deputados retirou de pauta a Medida Provisória (MP) 1303/2025, considerada essencial pelo Governo Lula para aumentar a arrecadação e compensar a revogação do decreto que ampliava o IOF. Com isso, o texto perdeu validade nesta quarta-feira (8), representando mais um revés político para o Palácio do Planalto.
A MP previa taxar rendimentos de investimentos, operações na bolsa, apostas esportivas e ativos virtuais, com expectativa de arrecadar R$ 20,8 bilhões. Mesmo com concessões feitas pelo relator, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que retirou a cobrança sobre apostas esportivas e títulos do agronegócio, a proposta não avançou.
A decisão foi aprovada por 251 votos a 193, com apoio da oposição e de partidos do centrão, que se colocaram contra mais aumento de impostos e alertaram para o impacto sobre investidores e setores produtivos.
Apesar do recado do Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu nas redes sociais e tentou culpar os parlamentares pela derrubada da medida. Segundo ele, a decisão “é uma derrota para o povo brasileiro”, alegando que a MP corrigia injustiças tributárias e atingia os mais ricos.
Para integrantes do próprio Legislativo, no entanto, a rejeição mostra o cansaço com a política de aumento de arrecadação do governo. Deputados afirmam que a população já sofre com a alta de impostos e com a falta de resultados concretos nas áreas de emprego, segurança e infraestrutura.
Com a queda da MP, o governo perde uma de suas principais apostas para tentar fechar as contas de 2026. A base aliada, dividida e enfraquecida, também viu o episódio como sinal da dificuldade de articulação política do Planalto, mesmo após apelos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da ministra Gleisi Hoffmann. (Agência Brasil)