O Alzheimer é a principal causa de demência no mundo e afeta cada vez mais idosos, provocando perda de memória e comprometimento de outras funções do cérebro. Embora não haja prevenção total, manter hábitos saudáveis — como atividade física, boa alimentação, sono adequado e estímulo mental — ajuda a reduzir os riscos.
Segundo o neurocirurgião Newton Moreira De Lima Neto, o risco de Alzheimer aumenta após os 65 anos, mas casos antes dessa idade também ocorrem, especialmente quando há histórico familiar. No Brasil, cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais tem algum tipo de demência, totalizando mais de 2 milhões de pessoas, com expectativa de chegar a 5,7 milhões até 2050.
Sinais precoces da doença
Nos estágios iniciais, o Alzheimer pode dificultar tarefas simples do dia a dia. Com o tempo, o paciente precisa de ajuda para alimentação e higiene e, em fases avançadas, torna-se totalmente dependente. Alguns sinais comuns incluem:
- Esquecimento de fatos recentes
- Repetição de perguntas
- Dificuldade para encontrar palavras
- Perder-se em lugares conhecidos
- Mudanças de humor e comportamento, incluindo agressividade
Alterações na fala podem indicar os primeiros sintomas:
- Pausas e hesitações: dificuldade em lembrar palavras específicas, substituindo por termos genéricos ou descrições.
- Uso errado de palavras: troca por termos relacionados ou mais gerais, como dizer “animal” em vez de “gato”.
- Falar sobre tarefas em vez de realizá-las: expressar dúvidas ou mencionar habilidades passadas sem executar a atividade.
- Vocabulário limitado: repetição de palavras comuns, com menor variedade de termos.
- Dificuldade em nomear objetos ou categorias: problemas para identificar alimentos, partes do corpo ou palavras com a mesma letra.
Como a família pode ajudar
Ainda sem cura, o Alzheimer tem tratamentos que aliviam sintomas e retardam a evolução, incluindo medicamentos e terapias de apoio, como fisioterapia, estimulação cognitiva e acompanhamento psicológico. A participação da família é fundamental: manter rotina, paciência, segurança, apoio e incentivo ao contato social são essenciais. Cuidar também do bem-estar de quem cuida é importante, segundo especialistas.
Exemplo de superação
Em Campo Grande, Neusa Jerônima Rosa dos Santos, 75 anos, encontrou no artesanato com argila uma forma de manter a memória ativa e preservar tradições da comunidade quilombola onde vive. “Não é só ganhar dinheiro, é mostrar que é capaz”, afirma.
Avanços científicos
Pesquisadores criaram minicérebros humanos em laboratório, acelerando seu desenvolvimento com grafeno, um material derivado do carbono. Esses organoides foram capazes de enviar sinais a robôs, abrindo novas possibilidades para entender o Alzheimer e desenvolver tecnologias futuras.
“O grafeno permite estimular neurônios por semanas, acelerando o amadurecimento das redes neurais de forma próxima ao cérebro humano”, explica o pesquisador brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia em San Diego. (G1)