A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) divulgaram alertas após casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas no estado de São Paulo. O problema já resultou em duas mortes e deixou outras sete pessoas doentes nos últimos 25 dias.
A Abrabe manifestou “profunda preocupação e solidariedade às vítimas e familiares” e destacou que atua contra o mercado ilegal de bebidas, orientando sobre normas do setor e incentivando o consumo responsável. A entidade informou que, apenas em 2025, foram apreendidos mais de 160 mil produtos falsificados, além de insumos e equipamentos usados na produção clandestina.
A ABNO chamou atenção para os riscos do metanol à saúde, especialmente para a visão. Segundo a associação, a substância pode causar neuropatia óptica, doença que leva à perda de visão irreversível. Os sintomas podem aparecer entre 12 e 24 horas após o consumo e incluem dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, confusão mental e, principalmente, visão turva repentina ou até cegueira.
A entidade ressalta que o diagnóstico deve considerar a história clínica do paciente e exames de sangue e imagem. O tratamento precisa ser iniciado rapidamente, com uso de antídotos como etanol venoso, bicarbonato para corrigir a acidez no sangue, vitaminas (ácido fólico ou folínico) e, em casos graves, hemodiálise para eliminar o veneno.
Diante da gravidade, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) emitiram uma nota técnica com orientações urgentes para os estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas em São Paulo, reforçando a necessidade de fiscalizar e evitar a comercialização de produtos clandestinos. (Agência Brasil)
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