Associações acusadas de aplicar descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS estão fechando as portas em várias cidades do país, o que tem atrapalhado o andamento de processos na Justiça e deixado milhares de aposentados sem resposta.
Entre as entidades investigadas estão a AAPPS Universo, a Aapen e a Conafer, apontadas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) como responsáveis por desviar milhões de reais de beneficiários sem autorização.
Em Aracaju (SE), a AAPPS Universo, que teria movimentado quase R$ 88 milhões entre 2022 e 2024, não funciona mais no endereço onde estava registrada. O imóvel agora passa por reformas para se tornar um buffet.
Em Fortaleza (CE), a Aapen fechou a sede logo após a deflagração da Operação Sem Desconto. A própria presidente da entidade acionou a Justiça alegando que foi usada como “laranja” e responde a mais de 200 processos.
Em Brasília, a Conafer também fechou as portas, mesmo tendo movimentado quase R$ 500 milhões de descontos entre 2019 e 2024. A acusação é de que a entidade adulterava documentos de aposentados para transformá-los em filiações falsas.
Justiça parada, aposentados prejudicados
Com o desaparecimento dessas entidades, oficiais de Justiça não conseguem intimá-las, e ações movidas por aposentados ficam sem andamento. Muitos já venceram processos para reaver o dinheiro, mas não receberam nada porque os responsáveis não são encontrados.
Atualmente, a PF conduz 13 inquéritos em diferentes estados. A estimativa é que o esquema tenha desviado até R$ 6 bilhões em cinco anos. Apesar das investigações, até agora não há condenados.
Foram bloqueados bens avaliados em R$ 176,7 milhões e apenas dois investigados permanecem presos preventivamente.
A situação preocupa porque milhares de aposentados, que já enfrentam dificuldades financeiras, seguem sem garantia de ressarcimento.
Fonte: G1