A Corregedoria da Câmara dos Deputados recomendou na sexta-feira (19) a suspensão do mandato de três deputados envolvidos em um motim no plenário da Casa, ocorrido em agosto, e a aplicação de censura escrita a outros 14 parlamentares da oposição.
Entre os deputados que podem ser suspensos está Marcos Pollon (PL-MS), indicado para afastamento de 90 dias. Pollon ainda enfrenta outro pedido de suspensão de 30 dias, totalizando até 120 dias. Os deputados Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC) foram recomendados para suspensão de 30 dias. Todos são acusados de obstruir a cadeira da presidência da Câmara e, no caso de Pollon, de fazer declarações difamatórias contra a Mesa Diretora.
Além das suspensões, a corregedoria indicou censura escrita para Pollon e outros 13 parlamentares, incluindo Allan Garcês (PP-MA), Bia Kicis (PL-DF) e Marco Feliciano (PL-SP).
Segundo o corregedor da Câmara, Diego Coronel (PSD-BA), o relatório foi elaborado com base em imagens internas da Casa e nas defesas dos deputados. “Atuamos com imparcialidade e agilidade, entregando nosso relatório em metade do prazo previsto. Agora, cabe à Mesa Diretora decidir sobre as recomendações”, afirmou.
Os pedidos de suspensão serão analisados pelo Conselho de Ética e pelo plenário da Câmara. A aplicação da censura escrita será decidida pela Mesa Diretora.
Motim no plenário
O motim ocorreu em 5 de agosto, quando deputados e senadores da oposição ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado para protestar contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), teve dificuldade para assumir sua cadeira devido à obstrução, especialmente pelos deputados Marcos Pollon e Marcel Van Hattem.
O ato paralisou os trabalhos legislativos e teve como reivindicações a discussão de propostas de anistia e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Parlamentares da base do governo classificaram a ocupação como “chantagem”.
No dia seguinte, a sessão plenária foi retomada por Hugo Motta, que reafirmou a necessidade de respeitar o regimento interno da Câmara. (Agência Brasil)