A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga cobranças ilegais em benefícios do INSS aprovou nesta quinta-feira (11) cerca de 400 pedidos de informações e de quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático de suspeitos envolvidos na fraude.
A comissão, formada por 16 deputados e 16 senadores, vai requisitar dados sobre movimentações de investigados em órgãos públicos, informações da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e do próprio INSS, além de quebrar sigilos de pessoas, empresas e associações ligadas à Operação Sem Desconto, iniciada em abril.
Entre os alvos estão os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes (Careca do INSS) e Maurício Camisoti, e o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto. Na semana passada, a CPMI já havia aprovado pedidos de prisão preventiva de Antunes, Camisoti, Stefanutto e outros 18 investigados.
“Queremos descobrir exatamente onde está todo o patrimônio desviado da Previdência”, disse o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG). Ele reforçou que a intenção é esclarecer a participação de cada investigado e entender como o dinheiro saiu do INSS.
Após a aprovação dos requerimentos, a comissão ouviu o depoimento do ex-presidente do INSS e ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira (antigo José Carlos Oliveira). Ele afirmou que o INSS não tem capacidade de fiscalizar totalmente os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com outras entidades e que só tomou conhecimento das irregularidades com a deflagração da Operação Sem Desconto em abril. (Agência Brasil)