O empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, será ouvido hoje (6) pela CPMI do INSS. Ele foi alvo da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga fraudes em aposentadorias e pensões do INSS. Durante a operação, foram apreendidos bens de Cavalcanti, como uma Ferrari, uma réplica de carro de Fórmula 1, relógios de luxo e grande quantia em dinheiro. Ele também é apontado como sócio e dirigente de empresas ligadas ao setor investigado.
Depoimento do ministro da CGU
Na quinta-feira (2), o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, prestou depoimento à CPMI que durou cerca de 10 horas. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), destacou que a CPMI seguirá investigando irregularidades mesmo que outras instâncias não atuem.
O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), criticou a demora da CGU em agir, afirmando que desvios de recursos de aposentados e pensionistas poderiam ter sido evitados. Gaspar também apontou a necessidade de investigar empréstimos consignados, que teriam irregularidades ainda maiores que os descontos associativos.
O ministro da CGU afirmou que sua equipe está analisando os casos de consignados e que medidas cautelares poderão ser aplicadas após estudo detalhado.
Reações de parlamentares
Senador Rogerio Marinho (PL-RN), líder da oposição, afirmou que alguns parlamentares tentam responsabilizar apenas o governo anterior, mas que a investigação esclarecerá os fatos. Já o líder do governo, Randolfe Rodrigues (PT-AP), disse que 50% das fraudes vieram de três entidades com acordos firmados no governo Bolsonaro, classificando como “herança maldita” recebida pelo governo Lula.
Deputado Paulo Pimenta (PT-RS) considerou o depoimento do ministro da CGU esclarecedor e criticou tentativas de intimidação de depoentes. Ele e a senadora Leila Barros defendem a convocação do ex-ministro Wagner Rosário para complementar as informações.
Senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que a CPMI precisa chegar aos responsáveis pelas fraudes, apesar dos embates entre parlamentares. (Agência Senado)