Uma nova federação de quatro partidos está sendo articulada em Mato Grosso do Sul para disputar as próximas eleições e se apresentar como alternativa à reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB). O grupo busca tempo de TV e recursos para uma campanha, mas a liderança de Delcídio do Amaral, ex-integrante do PT, levanta questionamentos sobre a seriedade da oposição, já que perdeu o mandato de senador em 2016, após ser preso na Operação Lava Jato e ainda derrotado nas eleições de 2014 para o Governo de MS, em 2018 para o Senado e 2022 para a Câmara dos Deputados.
O PRD e o Solidariedade já formalizaram acordo e agora conversam com o Podemos e o Avante para consolidar a aliança. Delcídio surge como líder do grupo, apesar de sua trajetória no PT, o que gera críticas internas e dúvidas sobre a capacidade de atrair apoio amplo. Soraya Thronicke, senadora pelo Podemos, poderá assumir a liderança caso permaneça no partido, mas já declarou que apoiará a reeleição de Riedel, dificultando a coesão da federação.
A federação reuniria 37 deputados federais: cinco do PRD, sete do Solidariedade, 18 do Podemos e sete do Avante. Esse número dá ao grupo posição intermediária na Câmara, mas ainda atrás de grandes coligações, como PP/União (106 deputados) e PL (99 deputados).
O Podemos enfrenta dificuldades para se integrar ao bloco, por conta de impasses anteriores em negociações com o PSDB. No cenário estadual, os quatro partidos têm apenas um deputado estadual, Rinaldo Modesto (Podemos), e uma senadora, Soraya Thronicke. Nas câmaras municipais da capital, Avante e Podemos somam quatro vereadores. Apesar de a união resultar na terceira maior bancada, a federação ainda carece de experiência e estrutura política consolidada.
Pesquisa recente do Instituto Ipems mostra Riedel na liderança com 62,09% das intenções de voto, indicando cenário confortável para sua reeleição. Delcídio aparece em segundo lugar, com apenas 17,76%, reforçando dúvidas sobre a competitividade da oposição liderada por ele.
A federação ainda precisa superar desafios internos e ganhar consistência para se tornar uma alternativa real ao atual governo de Mato Grosso do Sul.
Fonte: Investiga MS
