O deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB-MS) mantinha em sua equipe um secretário parlamentar com mandado de prisão em aberto. O assessor era o arquiteto Leonardo Scardini, especialista em Infraestrutura, Gestão de Obras e Políticas Públicas, que atuava no escritório de apoio do parlamentar em Mato Grosso do Sul.
Scardini foi nomeado em março de 2023 com salário bruto de R$ 5,2 mil e benefícios. A exoneração aconteceu no dia 18 de agosto, logo após a denúncia vir a público.
Segundo apuração do jornal Estadão, a situação foi descoberta após cruzamento de dados entre a lista de comissionados da Câmara dos Deputados, que tem mais de 11 mil funcionários, e o Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), onde estão registrados mais de 250 mil mandados em aberto.
O mandado contra Scardini foi expedido pela 2ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande em 30 de maio deste ano, por atraso no pagamento de pensão alimentícia — um dos principais motivos de prisões civis no Brasil.
Ao ser questionado, Dagoberto Nogueira disse que determinou a exoneração imediata do assessor após tomar conhecimento do caso. O parlamentar reforçou seu compromisso com a defesa das mulheres, mas não respondeu sobre os critérios de contratação e o acompanhamento da situação judicial de seus servidores.
Casos semelhantes também foram encontrados nos gabinetes dos deputados federais Josivaldo JP (PSD-MA) e Luciano Alves (PSD-PR). A Câmara dos Deputados informou que não há integração entre suas bases de dados e o sistema de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que dificulta a checagem automática.
Fonte: Correio do Estado