Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Giroto volta a ficar inelegível após anunciar pré-candidatura

Decisão da Justiça envolve desvio de recursos em obra da MS-228 e obriga devolução de R$ 8,8 milhões aos cofres públicos.
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O ex-deputado e ex-secretário de Obras de Mato Grosso do Sul, Edson Giroto, voltou a ficar inelegível poucas semanas depois de demonstrar interesse em disputar eleições. Ele havia se animado com a absolvição em uma das ações da Operação Lama Asfáltica, mas a Justiça manteve sua condenação em outro processo relacionado a fraudes em obras públicas.

A decisão, assinada pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determina que o grupo formado por Giroto, o empresário João Amorim e outros envolvidos devolva mais de R$ 8,8 milhões aos cofres públicos, além de aplicar sanções políticas e administrativas.


O caso

De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), a ação por improbidade administrativa está ligada à obra da rodovia MS-228, em Corumbá.

O contrato previa a pavimentação de 42 quilômetros, mas apenas 27,7 km foram executados. Mesmo assim, a empresa recebeu quase R$ 8 milhões, com desvio de aproximadamente R$ 3 milhões.

A investigação da Polícia Federal, que contou com interceptações telefônicas, vistorias da Agesul, depoimentos e perícias, identificou fraudes em medições de serviços e tráfico de influência envolvendo agentes públicos e empresários.


Condenação de Giroto

Ex-secretário de Obras nos governos de André Puccinelli (2007-2010 e 2013-2014), Giroto foi condenado a:

  • Suspensão dos direitos políticos por 10 anos
  • Ressarcimento de R$ 305,9 mil aos cofres públicos
  • Pagamento de R$ 100 mil por danos morais coletivos
  • Perda do cargo público
  • Proibição de contratar com o poder público por 10 anos

Outros condenados

O empresário João Amorim, apontado como um dos articuladores do esquema e ligado à construtora Proteco, teve os direitos políticos suspensos por 12 anos, além de ser condenado a:

  • Ressarcir R$ 917,7 mil
  • Pagar indenização de R$ 250 mil
  • Ficar proibido de firmar contratos com o poder público pelo mesmo período

A sócia de Amorim também foi condenada a devolver valores e pagar indenização de R$ 150 mil, além de perder direitos políticos por 10 anos.

Engenheiros e um ex-chefe de obras da Agesul também foram punidos com perda de cargos, suspensão de direitos políticos e obrigação de ressarcir R$ 1,16 milhão.


Impacto político

A condenação inviabiliza a volta de Edson Giroto à disputa eleitoral. O ex-parlamentar havia sido citado como possível nome do Partido Liberal (PL) para as eleições de 2026, mas a nova decisão mantém a barreira legal para sua candidatura.

Segundo o juiz, o esquema de fraudes beneficiou empresas privadas em detrimento do interesse público e causou prejuízo milionário ao Estado, configurando ato de improbidade administrativa. (Correio do Estado)

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