Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Governo garante pensão para filhos de vítimas de feminicídio

Órfãos menores de 18 anos terão direito a um salário mínimo mensal para ajudar na manutenção e proteção social.
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O governo federal publicou, nesta terça-feira (30), no Diário Oficial da União, o decreto que regulamenta a pensão especial para filhos e dependentes menores de 18 anos que perderam a mãe em crimes de feminicídio.

O benefício garante um salário mínimo mensal (atualmente R$ 1.518) para cada criança ou adolescente, pago a partir da data do requerimento junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Segundo a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, a medida representa um ato de justiça e acolhimento:

“O Estado tem a responsabilidade de garantir que essas crianças tenham suas necessidades básicas atendidas, seja vivendo com familiares, adotadas ou em abrigos.”


Requisitos para receber a pensão

  • Ser filho ou dependente da vítima de feminicídio, com menos de 18 anos;
  • Ter renda familiar por pessoa igual ou inferior a 25% do salário mínimo;
  • Estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico), com dados atualizados a cada 24 meses;
  • O benefício é dividido igualmente entre todos os filhos e dependentes.

Filhos de mulheres transgênero vítimas de feminicídio e órfãos que vivem sob tutela do Estado também têm direito.

A pensão não pode ser acumulada com benefícios previdenciários do INSS, de regimes próprios de servidores ou do sistema de proteção social dos militares.


Como solicitar

O pedido deve ser feito pelo representante legal da criança ou adolescente, que precisa apresentar:

  • Documento de identificação com foto ou certidão de nascimento do menor;
  • Prova de que a morte foi causada por feminicídio (auto de prisão em flagrante, denúncia, conclusão do inquérito ou decisão judicial);
  • Termo de guarda ou tutela provisória/definitiva, quando for o caso.

Importante: O autor do feminicídio não pode representar ou administrar o benefício.


Dados alarmantes

De acordo com o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2024 foram registradas 1.492 mortes por feminicídio no Brasil — uma média de quatro mulheres assassinadas por dia, o maior número desde a criação da lei em 2015.

A ministra lamentou os índices e reforçou o compromisso do governo:

“Nenhuma mulher pode ser morta por ser mulher. Precisamos trabalhar para eliminar os feminicídios.”


Essa pensão especial é uma resposta concreta à proteção dos direitos das crianças e adolescentes que perderam a mãe para a violência de gênero, oferecendo um amparo financeiro essencial para seu desenvolvimento e segurança.

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