Dirigentes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) lucravam com comissões a cada aposentado que tinha seu benefício descontado pela entidade. Segundo documentos obtidos pelo Metrópoles, os repasses somam pelo menos R$ 4,1 milhões. A prática está sendo investigada na chamada “Farra do INSS”.
Entre os favorecidos estão a esposa do presidente do sindicato, Milton “Cavalo” Baptista de Souza, e o marido da diretora jurídica, a advogada Tonia Andrea Inocentini Galleti — amiga próxima do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que integrava a equipe de transição do governo Lula em 2022.
A empresa responsável pelos repasses, a Gestora Eficiente LTDA, tinha como sócios familiares dos dirigentes do Sindnapi e funcionava em São Paulo. Documentos mostram que o pagamento era feito por produtividade: quanto mais aposentados descontados, maiores os ganhos. Em 2020, as comissões chegaram a R$ 340,4 mil; em 2022, ultrapassaram R$ 1 milhão.
No mesmo período, os descontos do Sindnapi nas aposentadorias dispararam: de R$ 23 milhões em 2020 para R$ 154,7 milhões em 2024, um aumento de 563,9%. A maior parte dos novos filiados foi captada pelo banco Bmg, parceiro da entidade, enquanto a adesão direta ao sindicato praticamente desapareceu.
A investigação da Polícia Federal, chamada Operação Sem Desconto, mostrou que muitos aposentados sequer tinham ciência dos descontos. Alguns relataram que seus dados foram usados sem autorização para repassar valores ao sindicato.
Enquanto isso, Milton Cavalo ampliou seu patrimônio com a construção de uma mansão de 360 metros quadrados em Ibiúna (SP), e sua esposa abriu uma empresa nos Estados Unidos.
Apesar das evidências, a Advocacia-Geral da União (AGU) não ajuizou ações contra a entidade, que segue ligada à família de Lula, incluindo seu irmão José Ferreira da Silva, o Frei Chico, vice-presidente do Sindnapi.
Procurados, Sindnapi, Bmg e a seguradora Generali negaram irregularidades, mas aposentados e especialistas apontam que o esquema evidencia conluio entre governo, sindicatos e empresas, beneficiando aliados do PT às custas de quem recebe o mínimo do INSS.
Fonte: Top Mídia News