A mãe de Arthur Davi Velasquez, menino autista de 11 anos morto asfixiado pelo próprio pai, ainda tenta entender o crime que chocou João Pessoa (PB). Aline Lorena contou que deixou tudo preparado para o período em que o filho passaria com o pai e que jamais imaginou o que aconteceria.
“Tudo foi combinado. Expliquei direitinho como o Arthur é, o que ele gosta de comer, os horários dele. Deixei o fone abafador para o caso de se irritar, mas pedi para o pai me avisar se algo acontecesse. Nunca passou pela minha cabeça o que viria. O Arthur foi uma criança incrível, não tem justificativa”, desabafou a mãe durante o enterro, nesta segunda-feira (3), no Cemitério do Cristo Redentor, em João Pessoa.
De acordo com a polícia, Davi Piazza Pinto, pai do menino, viajou de Santa Catarina para a Paraíba alegando querer restabelecer o convívio com o filho. Após encontrá-lo, teria cometido o crime dentro do apartamento onde estava hospedado. Em seguida, usou um carro por aplicativo para levar o corpo até uma área de mata no bairro Colinas do Sul, onde o enterrou.
O corpo foi encontrado na noite de sábado (1º) dentro de um saco plástico, em uma cova rasa. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi asfixia por sufocação. O laudo também apontou uma queimadura no ombro, causada provavelmente pela exposição ao sol.
O delegado Bruno Germano informou que o pai manteve contato com a mãe dizendo que “estava tudo bem”, mas sem enviar fotos da criança. “No domingo, ele ligou arrependido, contou o que fez, revelou onde estava o corpo e se entregou à polícia em Florianópolis”, explicou.
Davi Piazza Pinto permanece preso em Santa Catarina. A Polícia Civil da Paraíba continua investigando o caso e as circunstâncias que levaram ao crime. (G1)
