O ministro Alexandre de Moraes abriu nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete aliados acusados de tentativa de golpe de Estado. Apesar do discurso de que o Supremo Tribunal Federal (STF) atuará com imparcialidade, Moraes não escapou das críticas sobre seu papel central no processo.
Relator do caso, o ministro afirmou que todos os réus tiveram direito à ampla defesa e que serão condenados apenas se houver provas suficientes. No entanto, a condução firme de Moraes e suas declarações contra pressões externas reforçam a percepção de que o julgamento já ocorre em meio a forte polarização política.
Sem citar nomes, Moraes atacou aliados de Bolsonaro que pedem sanções de governos estrangeiros contra ministros do STF. Para ele, essas ações seriam “covardes e traiçoeiras”. Porém, a reação dura do magistrado também alimenta questionamentos sobre a falta de neutralidade no caso.
A crise diplomática com os Estados Unidos aumenta a tensão. O governo de Donald Trump já impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros e aplicou sanções contra ministros do STF, incluindo Moraes, o que agrava o cenário de instabilidade.
O julgamento, transmitido ao vivo, poderá levar a penas que somadas ultrapassam 40 anos de prisão. Mesmo assim, as falas de Moraes mostram que a promessa de imparcialidade ainda não convenceu parte significativa da sociedade e da classe política, que acusa o Supremo de agir com motivação política. (Agência Brasil)