Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

STF encerra primeiro dia do julgamento de Bolsonaro e mais sete réus

Defesas reforçam inocência e questionam acusações frágeis no primeiro dia de sessão.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta terça-feira (2) o primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus, em um processo que tem sido alvo de críticas pela condução política e pela fragilidade das provas apresentadas.

A sessão foi suspensa no fim da tarde e será retomada nesta quarta-feira (3), às 9h, quando os advogados de Bolsonaro, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto terão a oportunidade de apresentar suas defesas.

Quem está no processo?

Além de Bolsonaro, também são alvos da ação:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, general e candidato a vice em 2022;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Defesas expõem contradições

Logo no primeiro dia, os advogados mostraram pontos frágeis das acusações feitas pela Procuradoria e reforçaram a inocência dos réus:

  • Mauro Cid: defesa destacou que sua delação foi feita de forma voluntária e sem qualquer pressão, negando coerção atribuída a Moraes e à PF.
  • Alexandre Ramagem: negou espionagem ilegal e explicou que apenas compilava informações públicas para o então presidente.
  • Almir Garnier: afirmou que nunca colocou tropas à disposição de suposto golpe.
  • Anderson Torres: ironizou a chamada “minuta do golpe”, tratando o documento como uma simples “minuta do Google”, sem validade jurídica.

Processo politizado

O relator Alexandre de Moraes abriu os trabalhos lendo um relatório extenso que repete acusações já contestadas pelas defesas. O procurador-geral Paulo Gonet, por sua vez, pediu condenações que podem ultrapassar 30 anos de prisão — penas consideradas exageradas e desproporcionais.

Foram marcadas oito sessões para análise do caso, o que reforça a tentativa de transformar o julgamento em um espetáculo político contra Bolsonaro e seus aliados.

O que está em jogo

Os réus respondem a crimes como “tentativa de golpe” e “organização criminosa”, mas os advogados têm mostrado que não há provas concretas para sustentar essas acusações. O caso de Ramagem, por exemplo, já teve parte das denúncias suspensas, evidenciando que a acusação é inconsistente. (Agência Brasil)

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