O destróier norte-americano USS Gravely chegou neste domingo (26) a Trinidad e Tobago, pequeno país caribenho localizado a poucos quilômetros da costa da Venezuela. A visita do navio ocorre em meio ao aumento da tensão entre os Estados Unidos e o governo de Nicolás Maduro.
Segundo o governo local, o navio permanecerá atracado até o dia 30 de outubro, em Port of Spain, capital do arquipélago. Durante o período, fuzileiros navais norte-americanos farão treinamentos conjuntos com as forças armadas de Trinidad e Tobago. A primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar, aliada de Donald Trump, apoia a cooperação militar e defende medidas mais duras contra o tráfico de drogas e a imigração vinda da Venezuela.
Caracas reagiu à presença norte-americana, acusando o país vizinho de servir aos interesses de Washington. No sábado (25), o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, anunciou exercícios militares para proteger o litoral venezuelano de possíveis “operações encobertas” dos EUA. Segundo ele, o país se prepara contra “ameaças terroristas e ações que buscam desestabilizar o território nacional”.
As tensões se intensificaram desde agosto, quando Washington enviou navios e aviões militares para o sul do Caribe. Analistas afirmam que a movimentação norte-americana busca pressionar Maduro e ampliar a influência dos EUA sobre as vastas reservas de petróleo venezuelanas. Já o governo Trump sustenta que a operação tem como foco o combate ao narcotráfico.
Durante encontro com Trump na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se colocou à disposição para intermediar o diálogo entre os dois países. De acordo com o chanceler Mauro Vieira, Lula reforçou que a América do Sul “é uma região de paz” e que o Brasil está pronto para “atuar como elemento de entendimento”.
Lula também criticou possíveis invasões sob o pretexto de combater as drogas. “Se cada país achar que pode invadir o território do outro, a soberania deixa de existir”, afirmou. O presidente brasileiro defendeu que os Estados Unidos busquem cooperação com as polícias e ministérios da Justiça dos países da região para enfrentar o tráfico de forma conjunta. (G1)