O ex-diretor de Governança do INSS, Alexandre Guimarães, negou qualquer envolvimento em irregularidades durante depoimento à CPMI que apura fraudes em benefícios previdenciários. Segundo ele, todos os serviços prestados foram “legais e devidamente documentados”.
“Eu não cometi irregularidades. Apenas prestei serviços para a Brasília Consultoria. Tenho notas fiscais que comprovam isso”, declarou Guimarães.
Apesar da defesa, parlamentares afirmaram que o ex-diretor está “no centro de uma engrenagem de corrupção que se repetiu dentro do INSS”. O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar, disse acreditar que Guimarães “está diretamente envolvido no sistema de corrupção”.
Reunião com o “Careca do INSS”
Guimarães confirmou ter conhecido o “Careca do INSS” em 2021, quando ainda era diretor de Governança, mas alegou que só soube do envolvimento dele em fraudes após a operação da Polícia Federal. Segundo o ex-diretor, o encontro aconteceu em um bar de Brasília, apresentado por amigos em comum.
Ele também confirmou ter participado, em 2025, de uma reunião com o então deputado federal Wolney Queiroz, atual ministro da Previdência Social, mas afirmou que foi apenas para conhecê-lo.
Relações políticas sob suspeita
A indicação de Guimarães para o INSS gerou questionamentos entre os parlamentares. Ele relatou que sua primeira nomeação, em 2017, durante o governo Temer, ocorreu após enviar currículos em busca de emprego, e que o documento chegou à liderança do governo, então chefiada por André Moura (PSC-SE).
Após deixar o cargo em 2019, Guimarães trabalhou na Companhia Energética de Brasília e retornou ao INSS em 2021, convidado pelo deputado Euclydes Pettersen (PSC-MG). O relator destacou a coincidência de ambas as indicações terem vindo de parlamentares do mesmo partido e cobrou esclarecimentos sobre possíveis influências políticas.
Esquema de fraudes
As investigações da CPMI e da Polícia Federal apontam que o esquema envolvia associações de fachada responsáveis por descontos indevidos em aposentadorias e pensões. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 6 bilhões. (Agência Senado)