O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 389 milhões ligados ao Sindicato Nacional de Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindnapi). O valor corresponde a descontos feitos indevidamente em benefícios do INSS entre 2021 e janeiro de 2025.
Além do sindicato, a medida atinge o patrimônio pessoal do presidente Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, e de outros dirigentes, incluindo o espólio de João Batista Inocentini, antigo presidente que faleceu em 2023.
A ação faz parte da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga fraudes no INSS. Na operação, foram apreendidos joias, dinheiro, carros de luxo e até veículos de Fórmula 1. Ao todo, 66 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em sete estados.
O STF autorizou também a quebra de sigilo bancário e fiscal do sindicato e de alguns dirigentes, destacando o risco de destruição de provas, lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Segundo o ministro, o objetivo é impedir que a organização criminosa continue operando e garantir a recuperação dos valores desviados.
Investigadores apontam que recursos do Sindnapi foram repassados a empresas fantasmas e outras construtoras sem funcionários, evidenciando a complexidade da fraude.
O Sindnapi negou irregularidades e afirmou repudiar qualquer acusação de prática de crimes ou descontos indevidos. No Congresso, opositores do governo acusam a base de tentar ligar o caso ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, devido ao irmão dele ser vice-presidente do sindicato, mas ele não é investigado nem alvo de medidas judiciais. (Agência Brasil)