Um pai de santo foi preso no Rio Grande do Sul suspeito de chefiar um esquema de estelionato religioso que enganou uma mulher com promessas de rituais espirituais para recuperar um relacionamento amoroso.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima encontrou um anúncio em rede social em 29 de maio de 2025, feito por uma mulher que se apresentava como “Mãe Natasha”. Ela prometia “trazer o amor de volta” por meio de rituais espirituais. O golpe começou com um pagamento de R$ 300 para um ritual de “amarração”.
Pouco depois, a falsa mãe de santo alegou que seria necessário um “trabalho de dominação do coração”, pedindo mais R$ 750. Quando a vítima tentou desistir, foi ameaçada com punições de entidades espirituais, e os pedidos de pagamento se tornaram cada vez mais frequentes, incluindo supostos “benzimentos”, “casamento de almas” e “afastamento de rivais”.
No dia seguinte, o pai de santo Hugo, preso posteriormente, entrou em cena afirmando ser o chefe do terreiro. Em tom autoritário, começou a intimidar a vítima, alegando que ela estaria “enganando as entidades” e sofreria graves consequências caso não realizasse os pagamentos.
Em determinado momento, os criminosos exigiram R$ 1,5 mil para “comprar um bode preto” e completar um dos rituais. Também inventaram taxas bancárias para liberar supostos valores bloqueados e enviaram prints falsos de conversas com gerentes e empresários, tentando dar credibilidade ao golpe. Mesmo com pagamentos feitos, as ameaças continuaram, e os golpistas afirmavam que “as entidades estavam furiosas” e exigiam novos valores para reforçar os rituais.
A vítima só procurou a polícia após perceber que nunca receberia de volta os valores pagos e que estava sendo constantemente ameaçada.
A defesa de Hugo afirma que ele e os demais detidos são inocentes e que apresentarão provas durante a instrução processual para comprovar que não tiveram relação com os fatos investigados.
Alerta de segurança: golpes envolvendo promessas de rituais ou milagres são comuns na internet. Nunca faça pagamentos sob pressão ou ameaça, desconfie de promessas fáceis e verifique sempre a autenticidade de pessoas e instituições antes de qualquer transação. (G1)